@brunomagno

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11 de ago. de 2010

A maldita da 'passagem'...

O suor escorria pelo meu rosto. Eram quase cinco horas da tarde daquele sábado de dezembro. Era minha primeira reportagem para Tv Cultura do Pará. O sol refletia diretamente em mim - e como sou muito branco - o cinegrafista (muito paciente por sinal) me pedia para dar a 'fuga' porque a imagem poderia 'estourar'. Fuga? Eu pensei que ele estivesse me mandando ir embora, rs. Mas não era nada daquilo. Era somente para eu afastar e dar mais espaço para o que acontecia atrás de mim. Procurei ficar calmo, mas com todos a volta me olhando, tremia mais que bambu verde na tempestade. Procurei me concentrar e olhar direto na lente da maldita câmera,mas não conseguia e gaguejava assim que começava a balbuciar a primeira palavra do texto. O cinegrafista ainda pedia-me calma. Mas mesmo assim, não me sentia a vontade. Numa maneira súbita de acabar com aquilo tudo ali, falei o texto correndo para câmera. Todos caíram na gargalhada. Ninguém entendeu nada da mensagem...

Minha camisa estava ensopada de suor. E o lenço já não conseguia dar conta de tanto líquido. Foi ali que tive a brilhante ideia de mudar o enquadramento e ficar meio longe das pessoas. Pronto. Na décima terceira tentativa o texto saiu e consegui me livrar da minha primeira passagem em uma reportagem de TV. Mas o resultado no ar foi desastroso: sai com cara de espantado! Algumas pessoas riram no complexo de exibição na hora do Jornal. Foi meio constrangedor. Fiquei meio triste sim, não nego, mas como estava aprendendo, resolvi dar minha cara a tapa...

Hoje eu consigo fazer a tão temida passagem (será que só temida por mim?) com mais calma, mas a droga do nervosismo sempre atrapalha um pouco e a cara de assustado ainda me persegue. Definitivamente acho que não nasci para TV. A experiência é enriquecedora, o texto é apaixonante, mas a minha cara no vídeo não me deixa mentir. Não nasci para coisa. Portanto, aqui vai uma dica: se nada der certo tente outra coisa, mas não jogue fora a experiência e o aprendizado - isso você leva para vida toda. Agradeço a todos os meus queridos mestres da Tv Cultura: Anna Peres, Franciane Santos, Paloma Andadre, André França, Paula Maneschy, Cláudia Saldanha, Timóteo Ricardo, Tadeu, Pelé, Chicão...Obrigado!

Um comentário:

Lidi Sousa disse...

Bruuuuuu, menino... esse texto e essa vivência só poderia vir de vc mesmo! Texto leve e muito engraçado! Sei que na hora foi trágico, mas como vc mesmo disse...'não jogue fora a experiência e o aprendizado'. E, claro, o que importa é ser feliz!

Bjokas!